O Bom, o Mau e o Azevedo
Uma banda que, em 2015, começou a pisar os palcos do circuito mais subterrâneo da Invicta, iniciando um percurso que lhe rendeu o culto de um número apreciável de devotos fiéis.
É que os instrumentais que Martelo, Kinorm, Varejão e Azevedo nos dão sabem ao mais intenso Surf de Dick Dale e ao mais visceral Western Spaguetti de Ennio Morricone ou de Bruno Nicolai; ao deserto onde Johnny Cash e os Calexico se encontram e à selvageria dos filmes de Tarantino ou à tesão pervertida de Willem Dafoe ao desafiar Laura Dern a implorar-lhe por sexo em “Wild at heart”, de David Lynch; sabem à mais deliciosa e nociva gordura regada por Mojitos, Margueritas ou apenas Tequilla; enfim, sabem a vida vivida.
A experiência diz que levar esta energia original, partilhada em clubes suados, para o rigor de um estúdio e conseguir que nada se perca e, se possível, que a música se transcende é desafio que não está ao alcance de todos.
O Bom, o Mau e o Azevedo fizeram-no com distinção...

É que este belíssimo Lp, que marca a sua estreia em disco e que está dividido em dois lados – um declaradamente contemplativo e outro carregado de intriga e acção – mostra bem a mestria deste quarteto único que, aqui, tem a companhia pontual de compinchas como Manuel Cruz, Eurico Amorim, Joel Costa, Dario Alexandre e Ivo Moreira.
Um disco para guardar de uma banda a não perder de vista.
Ficha técnica - Martelo (Baixo), Kinorm (Bateria). Varejão (Guitarra Elétrica) e Azevedo (mais Guitarra Elétrica). Este disco foi gravado e misturado pelo Azevedo entre 2017 e 2018 algures na cidade do Porto e arredores. Neste também participam Dario Alexandre, Joel Costa, Eurico Amorim, Ivo Moreira e Manuel Cruz.Fotografia de Rui Pinheiro. Design de Koiástudio (Bruno Albuquerque e Jorge Almeida).LouieLouie 2019 - direitos reservados |
Datas de apresentação do LP Porto @ MAUS HÁBITOS Lisboa @ DAMAS Coimbra @ PINGA AMOR D Texto original de Pedro Tenreiro |