Entrevista à Banda Espiral
Entrevista em exclusivo à banda Espanhola (Ceuta) Espiral. em ES
Caros amigos Espiral quero agradecer a vossa disponibilidade para esta pequena entrevista ao Som Brutal.
Nós é que agradecemos por dedicarem este espaço a Espiral
SB: Gostaria que começassem por se apresentar.
Espiral é uma banda veterana da cidade de Ceuta composta por Alberto Mateos na voz, Luis Zapater e José Luis Corrales nas guitarras, Antonio Jurado na bateria e Rogelio Mateo, baixo. Todos os elemento forjaram o seu passado musical noutras bandas locais, enriquecendo o caldeirão desta geração que hoje é Espiral.
SB: Começando mesmo do princípio. Porque deram o nome de Espiral á banda? Foi só mesmo porque foi algo que vos soou bem ou há mais algum outro motivo?
O nome da banda não tem um significado concreto, mas responde ao padrão que estabelecemos no respeitante a ser curto, sem pretender ser mais que isso. Das diferentes propostas, escolhemos Espiral por cumprir o requisito inicial e, talvez, pela sua sonoridade.
SB: E como começaram? Foram amigos que se juntaram? Foi algo ponderado? Como nasceu a ideia de formar a banda.
A ideia de Espiral como banda surge como continuidade de um projecto anterior, La Taberna de Moe, no qual estavam Luís, António e Rogelio. Até então, Antonio e Rogelio, baterista e baixista, amigos de infância, tinham retomado a sua paixão pela música compondo peças instrumentais até que decidiram abrir as suas expectativas e formar uma banda. A seguinte peça do puzzle foi a integração de Luis Zapater, seguindo-se Wiki na voz e Jose Dominguez na outra guitarra, moldando o precedente de Espiral sob a denominação de La Taberna de Moe. Com uma maquete gravada e perante a saída do vocalista, criou-se a necessidade de continuar a fazer música e depois da entrada na banda de Jorge, vocalista, começou a delinear-se uma nova formação e um novo “ar musical”. Podemos dizer que foi precisamente aí, dessa necessidade de continuar a compôr e de manter viva a paixão pela música, que nasceu Espiral.

SB: A vida de músico não é fácil, tem que se gostar e acreditar muito no que se está a fazer, como tem sido o vosso percurso?
Não, não é fácil, e ainda mais se não te dedicas profissionalmente a ela. O nosso percurso sempre fio um “comboio de periferia”, não existia grande repercussão na comunicação social e muito menos acreditávamos realmente em poder fazer algo fora da nossa cidade. Agora há outra energia positiva que nos move, estamos muito activos musical e emocionalmente. Tem grande influência o novo sopro de ar fresco que Alberto trouxe à banda e, claro, o surgimento na vida de Espiral da nossa amiga Rosa Soares, que nos está a apoiar e ajudar de forma extraordinária. A nossa viajem, depois de quinze anos, acaba de começar agora!!!!
SB: Como é para vocês tocar em Ceuta? Como esperam que seja em Portugal?
Tocar em Ceuta é uma avaliação contínua e queremos dar, em cada concerto, uma imagem de uma banda coesa e dinâmica, já que o público caballa (termo próprio de Ceuta que designa os naturais da cidade) é muito exigente, pelo que temos de estar ao mais alto nível para sairmos com um “bom sabor na boca”.
De Portugal esperamos que sejam concertos extraordinários, com execução cuidada e perfeita conexão com os seguidores heavy da nossa terra irmã. Imaginamos uma noite espectacular, de sonho, marcadora da história da nossa banda, e assim será!!!
SB: E em termos de empatia com o público? Como sentem esse contacto com o publico e o que esperam sentir quando tocaram em Portugal?
Desejamos que a nossa visita seja uma festa, antes, durante e depois dos concertos. Tentaremos transmitir-vos a nossa emoção e gratidão por estar aí, e dar o melhor da banda, fazendo-vos participar do nosso sonho. Se facto, temos um grande apoio nas redes sociais e Facebook de Portugal, estreitando os laços para alcançar a perfeita comunhão dos concertos do próximo mês de Outubro, desde que tudo corra bem e não sejam cancelados por causa do Covid.
SB: Em termos de composição e letras quem trata disso?
Até à entrada de Alberto como novo vocalista, o peso da composição recaía no Jorge, que era quem trazia a maioria das bases, que porterirmente, contituiram os nossos discos. Hoje em dia a dinámica mudou, é mais participativa e toda a banda participa na composição. Até já estamos a trabalhar em algum material novo que se foi amadurecendo durante o confinamento e assim que retomarmos os ensaios, começaremos a dar-lhe forma. Podemos dizer que o conceito compositivo da banda é agora mais diverso e com contributos das diferentes perspectivas musicais dos todos os que hoje integram Espiral, concedendo a criatividade das letras ao espírito do nosso vocalista e letrista, Alberto Mateos.
SB: Já vão no vosso 4 álbum que podem contar sobre o novo álbum? Quais são as diferenças que quiseram fazer em relação a trabalhos anteriores?
O novo álbum soa mais cru, com uma produção meticulosa que conseguiu compactar as guitarras e criar um conceito de som com diferentes nuances. Conseguiu-se que as composições sejam mais directas, prescindindo-se de passagens instrumentais que geravam uma atmosfera melancólica, a favor de estruturas menos “barrocas” e mais directas. Espiral soa agora, mais fresca, mas ao mesmo tempo com um sabor vintage das bandas clássicas dos anos 80, mantendo a identidade própria.
SB: Como acham que está a ser a aceitação deste álbum por parte do Publico Espanhol e em Portugal?
A grande aceitação e difusão da banda é proporcional ao grande momento que estamos a viver. Paradoxalmente, lançámos CUANDO VUELVE EL SOL numa época pouco propícia para a sua apresentação ao vivo, mas em troca, estamos tendo um grande apoio e difusão na imprensa especializada, tanto na nossa cidade, como no resto de Espanha e, muito especialmente, de Portugal, graças ao enorme trabalho que está a fazer para a banda, a nossa Espiral, Rosa Soares.
SB: Quando passar este mau tempo do Covid-19, tem planos para voltar á estrada e Portugal está incluído no vosso mapa para alem das datas já marcadas?
Sem dúvida alguma, esse é o passo seguinte, para a banda. Apresentar CUANDO VUELVE EL SOL ao vivo é o objectivo que se segue, e logo que se levantem as restrições retomaremos os contactos para tentar chegar a um maior número de locais para apresentar o nosso novo disco. Definitivamente, Portugal está gravado a ferro na nossa pele, é território sagrado e de grande responsabilidade para nós. Aí temos bons amigos e estamos desejosos de os poder ver e partilhar a nossa música ao vivo, num concerto em Portugal.
SB: Para terminar esta nossa pequena entrevista querem deixar uma mensagem aos nossos leitores?
Claro! Dizer-lhes que esta banda veterana carrega sempre um conjunto de canções e espaço para as ilusões, na sua bagagem. Se nos acompanharem em cada concerto, será para nós uma viagem ao mundo das emoções. Acompanham-nos?
Abraço enorme
Esta entrevista teve o apoio à tradução de Rosa Soares